7 de dez. de 2009
Sob a perspectiva de um tempo que se torna inteiramente grávido de futuro foi que descerrou os olhos. Mas não esses de fora, captando mundo e desenhos nas nuvens. Mas dos de dentro, voltados pras razões que certas vezes se esfumaçam e embaralham o entendimento – suspeitando-se de abortos apavorantes. Decidindo-se, pois, sem dar-se conta dos meandros, embrenhou-se por umas quantas questões que adormeciam, há anos, a ausências de gabaritos. E foram tempos turbulentos aqueles.
O medo aparecia-lhe no sono atribulado: noites misturando maravilhas e foices. Pequenez no estômago – bolinha verdinha de ervilha murcha. Um tamanho todo de crânio forçando os limites físicos e leis naturais de temperatura e pressão. Era o descompasso silencioso de uma mosca a debater-se contra o vidro que não existe. Ou que em sua natureza de mosca, não vê.
Como quando se fala de baixo d’água. O eco oco. Bolhas inúteis correndo para alcançar a liberdade do céu. Num estalar de superfícies em que elas morrem na própria pressa. Porque a morte vem sempre num estalo. Tempo longuíssimo de paciência, isso sim. Barulhos intermináveis insistindo em bater estaca. O umbigo é o fogo central, a origem cega e vital. Erro necessário pra desvendar membros, dedos e enlaces. A fraqueza dos músculos em desuso, antes de cansados. Deslumbradamente dispostos quanto inaptos.
Quando enfim.
Olhos abertos em águas e cores. Fechados em lábios delicadamente postos. Dedos exatos que passeiam pela pele fresca e entregue.
Quando feita a paz.
7 de dez. de 2009
Sob a perspectiva de um tempo que se torna inteiramente grávido de futuro foi que descerrou os olhos. Mas não esses de fora, captando mundo e desenhos nas nuvens. Mas dos de dentro, voltados pras razões que certas vezes se esfumaçam e embaralham o entendimento – suspeitando-se de abortos apavorantes. Decidindo-se, pois, sem dar-se conta dos meandros, embrenhou-se por umas quantas questões que adormeciam, há anos, a ausências de gabaritos. E foram tempos turbulentos aqueles.
O medo aparecia-lhe no sono atribulado: noites misturando maravilhas e foices. Pequenez no estômago – bolinha verdinha de ervilha murcha. Um tamanho todo de crânio forçando os limites físicos e leis naturais de temperatura e pressão. Era o descompasso silencioso de uma mosca a debater-se contra o vidro que não existe. Ou que em sua natureza de mosca, não vê.
Como quando se fala de baixo d’água. O eco oco. Bolhas inúteis correndo para alcançar a liberdade do céu. Num estalar de superfícies em que elas morrem na própria pressa. Porque a morte vem sempre num estalo. Tempo longuíssimo de paciência, isso sim. Barulhos intermináveis insistindo em bater estaca. O umbigo é o fogo central, a origem cega e vital. Erro necessário pra desvendar membros, dedos e enlaces. A fraqueza dos músculos em desuso, antes de cansados. Deslumbradamente dispostos quanto inaptos.
Quando enfim.
Olhos abertos em águas e cores. Fechados em lábios delicadamente postos. Dedos exatos que passeiam pela pele fresca e entregue.
Quando feita a paz.
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