
30 de dez. de 2009

29 de dez. de 2009

28 de dez. de 2009

24 de dez. de 2009
23 de dez. de 2009
Já parou pra pensar em como o mar é grande?
Já parou pra pensar nas riquezas que ele traz?
Já parou pra pensar que um choro é a extremidade dos sentimentos?
Já parou pra pensar em como o céu muda de cor?
Já parou pra pensar que daqui a algum tempo nos tornaremos velhos?
Já parou pra pensar na fome de toda humanidade?
Você alguma vez já parou pra pensar?
Já parou pra pensar que eu posso tá falando um monte de besteira enquanto você se entope de mentiras que quer escutar? Já parou pra pensar que nem sempre a coisa que eu acho certa você também vai achar? Meu bem, você já parou pra pensar?
alguma vez.
(uma das músicas que eu fiz uns mil anos atrás HIOSHDFIOHSD)
:*
20 de dez. de 2009
18 de dez. de 2009

16 de dez. de 2009
15 de dez. de 2009
13 de dez. de 2009
8 de dez. de 2009
Dói de verdade e não é bonito. O dia nasceu coerentemente cinza e chuvoso na minha noite mal-dormida e mal-entendida. Porque sou mesmo medrosa e talvez pela primeira vez em minha existência eu tenha me enxergado com relação ao mundo. Sei que depois de todo um marasmo e calmaria, veio meu tropeço, meu tombo, meu rosto desfigurado, inchado de sono, bebida e choro. Era mais bonito quando doía de leve, mas eu não ficaria sem sentir a vida por muito tempo, e eis que ontem ela me cuspiu na cara e riu da minha falta de jeito, me encolhendo no cantinho da janela. Talvez o sol apareça, talvez as pessoas voltem a me sorrir coloridas, talvez eu volte a pertencer a forma que desejam e talvez, assim sendo, eu volte a me esquecer de mim, embora eu jamais esqueça essa dor que eu ainda nem sei entender.
7 de dez. de 2009
Como tem gente delicada no mundo...
Cris disse enquanto a menina se distanciava, com duas balas escondidas nas miúdas mãos fechadas em concha.
Fazia um calor forte demais para uma primavera recém-nascida naqueles entremeios de setembro. Mas um vento vinha de leve mexer no vestido da menina, nos cabelos de Cris, nos meus olhos que se enrugavam.
Eu gosto desse tempo. Gosto mesmo. Lembro de sempre desenhar umas florzinhas quando era criança. E minha mãe dizia que sempre quando me perguntavam do que eu mais gostava na vida, aí eu respondia que era da primavera...
Ela tinha um jeito lento e preciso de sorrir, sem esbanjar a alegria que de fato lhe comovia. E se num pedaço de história acontecesse de se lembrar de coisas outras menos felizes, não disfarçava o movimento do rosto se transformando num lento cair de músculos. Mas geralmente tinha os lábios fechados num começo de sorriso ainda não dado. Cris era uma promessa. O por-vir. O de-depois que é recompensa e melhora do que se tem nos agoras das horas infinitamente presentes.
Pensando melhor, agora, eu achava que os cabelos curtos lhe ficavam bem. Realçavam as maçãs do rosto, os negros olhos atentos – cabendo em si a curiosidade nata que é dada ao sexo feminino. Que perguntam sem dedos em escoriações, rodeando as respostas que já conhecem, feito borboletas que não se permitem prever o rumo. Cris era a mulher mais borboleta que já nasceu.
A menininha voltou, em pequenos saltos, se aproximando inclinada do rosto de Cris, que se abaixou, surpresa e agradecida, ao beijo estalado. Ela sequer sabia que a delicadeza das gentes do mundo só lhe saltava às vistas por razão de suas retinas dispostas. Ela sequer sabia que nas delicadezas todas há um cerne que não se alcança, uma razão silenciosa que se move na generosidade. Como se uma qualidade diferente de almas delicadas estivesse distribuída e fosse se reconhecendo em gestos de delicadeza.
Faz muito tempo que eu perdi a espontaneidade do prazer... isso é tão estranho, a gente esquecer onde coloca o desejo, ficar desatento ao que dá força pros movimentos, não é?
O olhar era interrogativo, mas a questão era muda de resposta. No eco dos gritos das outras crianças todas Cris devia se deitar. De braços abertos. Junto aos pequenos que vestiam suas cores, carregando balões e algodões-doce. Que a beleza de Cris nascia exatamente onde surgiam as plenitudes e os ápices. E também onde estes se perdiam, caindo em desencanto, em esquecimento, em turvas atenções – feito guardassem em si o segredo que lhes serviu de vida. Cris era essa espécie de gaveta. Vezes aberta, noutras não. Cris baixou os olhos e colocou a mão no meu colo. Retribuí o gesto, descansando meus dedos sobre os dela.
E passaram-se anos. Vieram primaveras inteiras, correram ventos e folhas. Os dias acumulados. Os restos de risos. Começos de estradas. Pedaços de pano e pó.
Cris colheu dois frutos ressequidos de seu útero ansioso. Perdeu pai e mãe. Conheceu um irmão bastardo. Comprou terras. Vendeu o carro. Tatuou a panturrilha esquerda. Colocou lentes de vidro sobre os olhos negros e sentou-se num banco do parque. Canelas de fora, pés de fora, colo de fora. Sorriso leve de fora a fora.
Sentei-me a seu lado. Os cabelos curtos ficaram muito bem. Crianças corriam naquele domingo ensolarado de primavera. Cris falava sobre a infância, os prazeres, a delicadeza.
Colocou a mão sobre meu colo.
Eu jamais poderia prever que todo o resto do que eu seria se tornaria o eterno rodear do momento. O eterno rodear em Cris. Infinitamente.




Sob a perspectiva de um tempo que se torna inteiramente grávido de futuro foi que descerrou os olhos. Mas não esses de fora, captando mundo e desenhos nas nuvens. Mas dos de dentro, voltados pras razões que certas vezes se esfumaçam e embaralham o entendimento – suspeitando-se de abortos apavorantes. Decidindo-se, pois, sem dar-se conta dos meandros, embrenhou-se por umas quantas questões que adormeciam, há anos, a ausências de gabaritos. E foram tempos turbulentos aqueles.
O medo aparecia-lhe no sono atribulado: noites misturando maravilhas e foices. Pequenez no estômago – bolinha verdinha de ervilha murcha. Um tamanho todo de crânio forçando os limites físicos e leis naturais de temperatura e pressão. Era o descompasso silencioso de uma mosca a debater-se contra o vidro que não existe. Ou que em sua natureza de mosca, não vê.
Como quando se fala de baixo d’água. O eco oco. Bolhas inúteis correndo para alcançar a liberdade do céu. Num estalar de superfícies em que elas morrem na própria pressa. Porque a morte vem sempre num estalo. Tempo longuíssimo de paciência, isso sim. Barulhos intermináveis insistindo em bater estaca. O umbigo é o fogo central, a origem cega e vital. Erro necessário pra desvendar membros, dedos e enlaces. A fraqueza dos músculos em desuso, antes de cansados. Deslumbradamente dispostos quanto inaptos.
Quando enfim.
Olhos abertos em águas e cores. Fechados em lábios delicadamente postos. Dedos exatos que passeiam pela pele fresca e entregue.
Quando feita a paz.
Leve Desespero
Capital Inicial
Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
É importante, todos me dizem
Mas nada me acontece como eu queria
Estou perdido, sei que estou
Cego para assuntos banais
Problemas do cotidiano
Eu já não sei como resolver
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Então é outra noite num bar
Um copo atrás do outro
Procuro trocados no meu bolso
Dá pra me arrumar um cigarro?
Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Já estou vendo TV como companhia
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Talvez se você entendesse
O que está acontecendo
Poderia me explicar
Eu não saio do meu canto
As paredes me impedem
Eu só queria me divertir
As paredes me impedem
Eu já estou vendo TV como companhia
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui .
e tudo que vai, agora, eu sei que vai com alguma razão. me perdoe por tudo o que não fiz por nós, pra que essa história se completasse, mas me entenda agora, não quero que isso morra aqui, eu te amo demais e não sei ao certo como seria sem você :/ por favor, fique ou vá, antes que eu me ajoelhe implorando pra você ficar, antes que eu me desespere e desista de mim por vc, fique e diga que vai tentar, que vamos conseguir, hoje eu preciso de vc, quero você, só você. Ninguém mais me faz tão bem, por favor.
é isso.
6 de dez. de 2009
Hoje em dia não me importo com o que fiz do meu passado
Quero amigo, sorte, muita gente boa do meu lado
E não rebato se disserem por aí que eu tô errado
Porque quem se debate está sozinho ou afogado?
Eu que não fico no meio, não começo e nem acabo
Eu sou filho do amor, não de Deus nem do diabo
A ciranda das canções eu me ponho a revesar
Rodando entre as ondas que me puxam em alto mar
Hoje sei bem quem sou eu que giro a minha vida circular
Essa roda eu que invento e faço tudo nela se encaixar
É eu sou assim.
1 de dez. de 2009

30 de dez. de 2009

29 de dez. de 2009

28 de dez. de 2009

24 de dez. de 2009
23 de dez. de 2009
Já parou pra pensar em como o mar é grande?
Já parou pra pensar nas riquezas que ele traz?
Já parou pra pensar que um choro é a extremidade dos sentimentos?
Já parou pra pensar em como o céu muda de cor?
Já parou pra pensar que daqui a algum tempo nos tornaremos velhos?
Já parou pra pensar na fome de toda humanidade?
Você alguma vez já parou pra pensar?
Já parou pra pensar que eu posso tá falando um monte de besteira enquanto você se entope de mentiras que quer escutar? Já parou pra pensar que nem sempre a coisa que eu acho certa você também vai achar? Meu bem, você já parou pra pensar?
alguma vez.
(uma das músicas que eu fiz uns mil anos atrás HIOSHDFIOHSD)
:*
18 de dez. de 2009

16 de dez. de 2009
15 de dez. de 2009
13 de dez. de 2009
8 de dez. de 2009
Dói de verdade e não é bonito. O dia nasceu coerentemente cinza e chuvoso na minha noite mal-dormida e mal-entendida. Porque sou mesmo medrosa e talvez pela primeira vez em minha existência eu tenha me enxergado com relação ao mundo. Sei que depois de todo um marasmo e calmaria, veio meu tropeço, meu tombo, meu rosto desfigurado, inchado de sono, bebida e choro. Era mais bonito quando doía de leve, mas eu não ficaria sem sentir a vida por muito tempo, e eis que ontem ela me cuspiu na cara e riu da minha falta de jeito, me encolhendo no cantinho da janela. Talvez o sol apareça, talvez as pessoas voltem a me sorrir coloridas, talvez eu volte a pertencer a forma que desejam e talvez, assim sendo, eu volte a me esquecer de mim, embora eu jamais esqueça essa dor que eu ainda nem sei entender.
7 de dez. de 2009
Como tem gente delicada no mundo...
Cris disse enquanto a menina se distanciava, com duas balas escondidas nas miúdas mãos fechadas em concha.
Fazia um calor forte demais para uma primavera recém-nascida naqueles entremeios de setembro. Mas um vento vinha de leve mexer no vestido da menina, nos cabelos de Cris, nos meus olhos que se enrugavam.
Eu gosto desse tempo. Gosto mesmo. Lembro de sempre desenhar umas florzinhas quando era criança. E minha mãe dizia que sempre quando me perguntavam do que eu mais gostava na vida, aí eu respondia que era da primavera...
Ela tinha um jeito lento e preciso de sorrir, sem esbanjar a alegria que de fato lhe comovia. E se num pedaço de história acontecesse de se lembrar de coisas outras menos felizes, não disfarçava o movimento do rosto se transformando num lento cair de músculos. Mas geralmente tinha os lábios fechados num começo de sorriso ainda não dado. Cris era uma promessa. O por-vir. O de-depois que é recompensa e melhora do que se tem nos agoras das horas infinitamente presentes.
Pensando melhor, agora, eu achava que os cabelos curtos lhe ficavam bem. Realçavam as maçãs do rosto, os negros olhos atentos – cabendo em si a curiosidade nata que é dada ao sexo feminino. Que perguntam sem dedos em escoriações, rodeando as respostas que já conhecem, feito borboletas que não se permitem prever o rumo. Cris era a mulher mais borboleta que já nasceu.
A menininha voltou, em pequenos saltos, se aproximando inclinada do rosto de Cris, que se abaixou, surpresa e agradecida, ao beijo estalado. Ela sequer sabia que a delicadeza das gentes do mundo só lhe saltava às vistas por razão de suas retinas dispostas. Ela sequer sabia que nas delicadezas todas há um cerne que não se alcança, uma razão silenciosa que se move na generosidade. Como se uma qualidade diferente de almas delicadas estivesse distribuída e fosse se reconhecendo em gestos de delicadeza.
Faz muito tempo que eu perdi a espontaneidade do prazer... isso é tão estranho, a gente esquecer onde coloca o desejo, ficar desatento ao que dá força pros movimentos, não é?
O olhar era interrogativo, mas a questão era muda de resposta. No eco dos gritos das outras crianças todas Cris devia se deitar. De braços abertos. Junto aos pequenos que vestiam suas cores, carregando balões e algodões-doce. Que a beleza de Cris nascia exatamente onde surgiam as plenitudes e os ápices. E também onde estes se perdiam, caindo em desencanto, em esquecimento, em turvas atenções – feito guardassem em si o segredo que lhes serviu de vida. Cris era essa espécie de gaveta. Vezes aberta, noutras não. Cris baixou os olhos e colocou a mão no meu colo. Retribuí o gesto, descansando meus dedos sobre os dela.
E passaram-se anos. Vieram primaveras inteiras, correram ventos e folhas. Os dias acumulados. Os restos de risos. Começos de estradas. Pedaços de pano e pó.
Cris colheu dois frutos ressequidos de seu útero ansioso. Perdeu pai e mãe. Conheceu um irmão bastardo. Comprou terras. Vendeu o carro. Tatuou a panturrilha esquerda. Colocou lentes de vidro sobre os olhos negros e sentou-se num banco do parque. Canelas de fora, pés de fora, colo de fora. Sorriso leve de fora a fora.
Sentei-me a seu lado. Os cabelos curtos ficaram muito bem. Crianças corriam naquele domingo ensolarado de primavera. Cris falava sobre a infância, os prazeres, a delicadeza.
Colocou a mão sobre meu colo.
Eu jamais poderia prever que todo o resto do que eu seria se tornaria o eterno rodear do momento. O eterno rodear em Cris. Infinitamente.




Sob a perspectiva de um tempo que se torna inteiramente grávido de futuro foi que descerrou os olhos. Mas não esses de fora, captando mundo e desenhos nas nuvens. Mas dos de dentro, voltados pras razões que certas vezes se esfumaçam e embaralham o entendimento – suspeitando-se de abortos apavorantes. Decidindo-se, pois, sem dar-se conta dos meandros, embrenhou-se por umas quantas questões que adormeciam, há anos, a ausências de gabaritos. E foram tempos turbulentos aqueles.
O medo aparecia-lhe no sono atribulado: noites misturando maravilhas e foices. Pequenez no estômago – bolinha verdinha de ervilha murcha. Um tamanho todo de crânio forçando os limites físicos e leis naturais de temperatura e pressão. Era o descompasso silencioso de uma mosca a debater-se contra o vidro que não existe. Ou que em sua natureza de mosca, não vê.
Como quando se fala de baixo d’água. O eco oco. Bolhas inúteis correndo para alcançar a liberdade do céu. Num estalar de superfícies em que elas morrem na própria pressa. Porque a morte vem sempre num estalo. Tempo longuíssimo de paciência, isso sim. Barulhos intermináveis insistindo em bater estaca. O umbigo é o fogo central, a origem cega e vital. Erro necessário pra desvendar membros, dedos e enlaces. A fraqueza dos músculos em desuso, antes de cansados. Deslumbradamente dispostos quanto inaptos.
Quando enfim.
Olhos abertos em águas e cores. Fechados em lábios delicadamente postos. Dedos exatos que passeiam pela pele fresca e entregue.
Quando feita a paz.
Leve Desespero
Capital Inicial
Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
É importante, todos me dizem
Mas nada me acontece como eu queria
Estou perdido, sei que estou
Cego para assuntos banais
Problemas do cotidiano
Eu já não sei como resolver
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Então é outra noite num bar
Um copo atrás do outro
Procuro trocados no meu bolso
Dá pra me arrumar um cigarro?
Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Já estou vendo TV como companhia
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Talvez se você entendesse
O que está acontecendo
Poderia me explicar
Eu não saio do meu canto
As paredes me impedem
Eu só queria me divertir
As paredes me impedem
Eu já estou vendo TV como companhia
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui .
e tudo que vai, agora, eu sei que vai com alguma razão. me perdoe por tudo o que não fiz por nós, pra que essa história se completasse, mas me entenda agora, não quero que isso morra aqui, eu te amo demais e não sei ao certo como seria sem você :/ por favor, fique ou vá, antes que eu me ajoelhe implorando pra você ficar, antes que eu me desespere e desista de mim por vc, fique e diga que vai tentar, que vamos conseguir, hoje eu preciso de vc, quero você, só você. Ninguém mais me faz tão bem, por favor.
é isso.
6 de dez. de 2009
Hoje em dia não me importo com o que fiz do meu passado
Quero amigo, sorte, muita gente boa do meu lado
E não rebato se disserem por aí que eu tô errado
Porque quem se debate está sozinho ou afogado?
Eu que não fico no meio, não começo e nem acabo
Eu sou filho do amor, não de Deus nem do diabo
A ciranda das canções eu me ponho a revesar
Rodando entre as ondas que me puxam em alto mar
Hoje sei bem quem sou eu que giro a minha vida circular
Essa roda eu que invento e faço tudo nela se encaixar
É eu sou assim.
1 de dez. de 2009
